A dor lombar é um sintoma e não uma doença, e pode resultar por diversos fatores. É comumente acompanhada de dor em uma ou ambas as pernas e algumas pessoas com lombalgia têm sintomas neurológicos associados nos membros inferiores.
A dor na coluna é um grande problema em todo o mundo e está piorando. Afeta todas as faixas etárias e está geralmente associada a ocupações sedentárias, tabagismo, obesidade, baixo status socioeconômico, trabalhos fisicamente exigentes e comorbidades a físicas e mentais. Anos vividos com incapacidades causadas por lombalgia aumentaram em mais de 50% desde 1990, especialmente em países de renda baixa e média.
Em 2015, a prevalência pontual global de lombalgia limitante de atividade foi de 7,3%, o que significa que 540 milhões de pessoas foram afetadas a qualquer momento. A lombalgia é hoje a causa número um de incapacidade.
A incapacidade relacionada à dor lombar está projetada para aumentar mais nos países de baixa e média renda, onde os recursos são limitados, o acesso a cuidados de saúde de qualidade é geralmente fraco, e mudanças de estilo de vida e mudanças no sentido de um trabalho mais sedentário para alguns significam que os riscos só aumentarão.
Para quase todas as pessoas que apresentam lombalgia, a fonte nociceptiva específica, ou seja a causa, não pode ser identificada e as pessoas afetadas são então classificadas como tendo a chamada dor lombar não específica.
Apenas uma pequena proporção de pessoas tem uma causa patológica bem compreendida – por exemplo, uma fratura vertebral, câncer ou infecção, que exigem identificação e tratamento específico visando a causa.
A maioria das pessoas com episódios agudos de dor lombar recuperam rapidamente; entretanto, a recorrência é comum e, em uma pequena proporção de pessoas, a dor lombar se torna persistente e incapacitante, com características de dor intensa no início, sofrimento psicológico e dor associada em vários locais do corpo.
Evidências crescentes mostram que mecanismos do sistema nervoso central moduladores da dor e cognições da dor têm papéis importantes no desenvolvimento de lombalgia incapacitante e persistente. Esforços intensivos de pesquisa e iniciativas globais são claramente necessários para lidar com o impacto da dor lombar como um problema de saúde pública.
Muitas pessoas que vivem com lombalgia têm diversos problemas nos quais fatores psicológicos, sociais e biofísicos, bem como comorbidades e mecanismos de processamento da dor, têm impacto tanto na experiência da dor quanto na incapacidade associada (Figura abaixo).
Quando lombalgia está associada a outras comorbidades as repercussões no dia-a-dia do indivíduo são mais intensas comparado à pessoas que apresentam isoladamente lombalgia ou comorbidades. Sendo assim, quando há essa associação essas pessoas necessitam de maiores cuidados, pois muitas vezes as respostas ao tratamento podem ser menos efetivas.
O modelo inclui os principais contribuintes para dor lombar e incapacidade, mas não tenta representar as interações complexas entre os diferentes colaboradores.
* Insumo nociceptivo inclui fontes não identificáveis em dor lombar não específica, fontes neurológicas (por exemplo, dor radicular) e patologia específica (por exemplo, fraturas).
FONTE: What low back pain is and why we need to pay attention – The Lancet